Em um cenário em que o setor da construção civil e siderúrgico – grandes consumidoras de aço – vêm sofrendo com a forte alta do preço desse insumo, reduzir o consumo de aço passou a ser uma alternativa desejada. De fato, o aço vem acumulando altas de preço desde o segundo semestre de 2020, impulsionadas sobretudo pela valorização do minério de ferro, pelo aumento da cotação do dólar e do aço no mercado internacional. Conforme dados do Sinduscon – SP (Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo) e da FGV, a alta acumulada no preço do aço nos últimos 12 meses foi de cerca de 45%.
Se o aço está cada vez mais caro, a solução é buscar alternativas que contribuem para diminuir o seu consumo. E uma delas é prolongar a durabilidade das estruturas construídas em aço, pois o aumento de sua vida útil reduz despesas com a reposição de peças em médio e longo prazos. Para assegurar essa maior durabilidade, um caminho – que muitas vezes recebe pouca atenção – é apostar em processos de galvanização de alta qualidade. Uma ótima galvanização impacta diretamente na qualidade, na durabilidade e na economia de um produto em aço. Sempre que ela é muito bem realizada, a economia de custos para o cliente é considerável.
É por isso que o processo de galvanização dos produtos da Brametal recebe uma atenção muito especial em todas as suas etapas. Nosso consultor especialista em galvanização, William Borges, orienta os nossos processos internos e explica mais detalhes sobre a importância estratégica de uma ótima galvanização: “talvez para muitos, a galvanização não receba a devida importância que merece. Mas, quando ela é executada com rigor, os resultados são muito vantajosos do ponto de vista da qualidade, da durabilidade e da economia de custos”, afirma Borges.
Do ponto de vista econômico, Borges esclarece que os resultados de uma galvanização por imersão a quente muito bem executada são percebidos no longo prazo. Quando isso ocorre, a durabilidade das estruturas é prolongada, o que reduz os custos com a sua manutenção ou com a reposição de peças ao longo dos anos. Sem contar a eliminação de gastos gerados com a paralisação de um serviço por conta da substituição de peças e com a mobilização de equipes (muitas vezes a locais de difícil acesso). Sempre há uma economia considerável quando as manutenções forem feitas em intervalos mais longos”, explica.
Borges também detalha as vantagens da proteção que a galvanização oferece em relação ao processo de pintura: “evidentemente, pintar é mais barato do que galvanizar uma estrutura. Porém, a proteção que a pintura oferece tem vida bem mais curta. Ela pode durar cerca de 6, 8, 10 anos, exigindo uma paralisia dos serviços para a repintura das peças ao final desses prazos. A galvanização, por sua vez, oferece uma proteção de décadas em condições normais, o que a torna, ao final, muito mais vantajosa”, esclarece.
Durabilidade ajustável ao ambiente
Como se sabe, a durabilidade da proteção oferecida pela galvanização varia conforme o ambiente ao qual a estrutura está exposta. De acordo com as normas, os ambientes se enquadram em diferentes classes de corrosividade. Nos locais sujeitos à ação da salinidade, da poluição industrial ou da chuva ácida, por exemplo, é indicada uma espessura maior do revestimento em zinco para proteção, superior à requerida para as estruturas situadas em locais livres desses agentes.
Com relação a essa questão, Borges explica que “uma sobregalvanização pode ser necessária, conforme o local. Ela pode exigir de 20 a 25% a mais de espessura de zinco, o que garante uma durabilidade 20% maior. Sempre levamos em conta essa questão da atmosfera local ao fazermos o dimensionamento da espessura de zinco que será aplicada na galvanização. Com a nossa experiência ao longo dos anos, já conseguimos estimar com mais precisão qual será a galvanização ideal e qual garantia poderemos oferecer em cada caso. É claro que sempre analisamos o microclima do lugar onde a estrutura será situada, pois ela pode estar em um local específico mais agressivo em relação ao entorno. Para ter uma ideia, para ambientes muito agressivos podemos oferecer uma garantia de 8 a 10 anos de conservação da capacidade de proteção das estruturas; já nos locais com baixa agressividade, a proteção da galvanização pode chegar a até 50 anos sem surgirem pontos de corrosão”, comenta Borges.
Galvanização e sustentabilidade
Outra questão importante que o consultor acrescenta é o impacto positivo na sustentabilidade que uma boa galvanização proporciona. Segundo William Borges, os processos de galvanização da Brametal seguem padrões similares aos das normas europeias em termos de consumo específico de zinco – índices considerados baixos –, e por conta disso, há um menor consumo de recursos da natureza e uma menor geração de resíduos pós-produção.
Borges também lembra que “a galvanização em si é um processo sustentável, pois estruturas mais duráveis e mais protegidas geram um menor consumo de aço em escala mundial. Há estimativas de que as perdas de aço, no mundo, ocasionadas pelos efeitos da corrosão atingem um patamar equivalente a cerca de 4% do PIB mundial. Estima-se também, hoje, que a cada duas toneladas de aço produzidas no mundo, uma delas é produzida para recompor materiais perdidos pela deterioração. Por isso, quanto mais bem feita for a galvanização e quanto mais duráveis forem as estruturas, certamente haverá um impacto positivo na sustentabilidade do planeta”, completa.
Adicionalmente, a Brametal adota parâmetros rigorosos de controle de consumo de insumos em seus processos de produção, o que otimiza o seu consumo, incluindo o de zinco. Com isso, o índice de perdas e de resíduos pós-produção diminui. Como afirma Borges, “ao contrário da maioria esmagadora das indústrias, a Brametal não faz a neutralização de resíduos químicos, processo que origina uma lama galvânica que é descartada em aterros industriais. Nossos resíduos químicos são encaminhados a usinas de reaproveitamento, que os transformam em matéria-prima para indústrias químicas, dando origem a materiais muitas vezes usados para o tratamento de águas.”
Controle de qualidade da matéria-prima
Outro ponto-chave para a assegurar uma galvanização de qualidade e uma durabilidade prolongada é executar, desde o início do processo, uma rigorosa seleção da matéria-prima, incluindo a própria escolha do aço. “Os elementos químicos na matriz do aço interferem na formação das fases intermetálicas na galvanização. Por isso, conforme a composição química do aço, ele pode ter uma reatividade pobre na hora formar as ligas metálicas, ou o contrário, ou seja, uma hiper-reatividade, formando camadas grosseiras. Tudo isso prejudica o desempenho do material em campo. Para evitar isso, o controle fino começa na escolha da matéria-prima”, explica o consultor. “Outro detalhe importante é a escolha dos produtos químicos usados no processo. Na Brametal adotamos produtos muito similares aos que são usados na Europa, onde o padrão dos processos de galvanização são uma referência para todo o mundo”, completa.
A primeira etapa do controle de qualidade, segundo Borges, é uma análise visual do material, ocasião em que é feita uma rigorosa busca, sem auxílio de aparelhos, de inconformidades como falhas de revestimentos, escórias, defeitos na galvanização como pontas ou superfícies pontiagudas, presenças de furos etc. A Brametal dispõe de uma equipe muito treinada para executar esta etapa com grande precisão.
Em segundo lugar, são realizados ensaios de aderência do revestimento. Neles, a superfície revestida com o zinco é cortada com uma lâmina de aço, e durante esse corte, essa lâmina não pode desmanchar em “escamas”. E por fim, em terceiro lugar, é feita uma inspeção da espessura média das camadas. Nesta etapa, tanto os inspetores de qualidade quanto as equipes da linha de produção aferem se as camadas dos produtos produzidos estão em conformidade com os requisitos das normas, especialmente nos casos de sobregalvanização.
Tratamento e desempenho uniforme das estruturas
Para finalizar, Borges explica que, uma vez executada a galvanização por imersão a quente, a estrutura passará a ter um comportamento praticamente monolítico. Isso é importante pois, caso a peça tenha em sua origem pontos mais sujeitos a sofrer uma diferença de potencial – o que pode facilitar o surgimento de pontos de corrosão –, após a imersão a quente toda a superfície é reequilibrada e passa a ter esse comportamento uniforme, sem pontos sujeitos a essas diferenças. Pontos de soldas no aço, por exemplo, requerem esse cuidado maior, exigindo limpezas químicas pré-tratamento para regularização e uniformização dos componentes.
Quando todas essas etapas e todos esses cuidados rigorosos são adotados, o resultado são peças galvanizadas de excelente qualidade, com elevada durabilidade e mais vantajosas economicamente. E tudo isso com o benefício de contribuir para as boas práticas sustentáveis e para o bem do ambiente.